sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Aforismo 118

É esta a grande perversidade - a grande clivagem dissonante - da minha sociedade: a desigualdade [como se afigura óbvio] no dispêndio dos esforços; a igualdade, ou o privilégio [qual deles o pior?], no acesso aos benefícios.

Aforismo 117

Há uma natural transumância entre as condições de contestatário e de autoritário; um moderado orgânico [de coração], ao invés, é sempre um moderado [e, na verdade, o seu conjunto é ínfimo].

Aforismo 116

Afinal, em que consiste a [suprema] ofensa? Na verdade - na exposição da verdade.

Aforismo 115

Humildade [extremada] e ostentação [constante] dos defeitos - duas faces, ambas insidiosas, da mesma moeda. [O valor facial de tal moeda é enorme - e visa divergir da percepção do irrisório valor real.] [[E a má moeda expulsa - afinal - a boa moeda.]]

Aforismo 114

Deus escreve com tinta simpática em linhas quânticas: tão depressa dá o milagre quanto o tira; e nós sem a consciência do que nos foi dado - nem durante, nem depois.

Aforismo 113

Não é só o amor que é incompatível com a procura [com a sede] - também o são a revelação e o milagre. Portanto, sejamos inconscientes e atentos [e pouco sequiosos].